Contei e recontei umas três vezes a grana em frente à banca. A decisão era clara: tinha que optar.
Era até relativamente fácil escolher. Afinal, a revista Cebolinha tinha lá seus encantos, mas era mantida mais pela “obrigação” da coleção. Enfim, era chegada a hora de mudar: o dinheiro não daria para manter as duas coleções.
Quadrinhos não tinham lugar cativo em casa não. Uma ou outra revista de meus irmãos, lida e relida. Já a literatura sim, com diversos livros recomendados pela escola dos mais velhos, que eu acabava “devorando” mesmo sem ser obrigatório pra mim.
E assim conheci o “Gênio do Crime” e me tornei fã de carteirinha de João Carlos Marinho Silva (seu “Caneco de Prata” me ajudaria, uns anos adiante, a conseguir compreender e gostar de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”). E de diversos livros de Stella Carr. E da Coleção Vaga-Lume. E das intrépidas aventuras da turma do Sítio do Picapau Amarelo (tive a sorte de ter quase a coleção inteira em casa).
Só que no caso dos gibis, era eu mesmo quem trazia a leitura. Então, a escolha se fazia necessária (é, dinheiro curto).
A partir daquele instante, o moleque que tlocava os “eles” pelos eles virou carta fora do baralho. Pedi que o jornaleiro cobrasse só a nova Tio Patinhas: as fantásticas aventuras dele e seus sobrinhos se tornaram minha próxima coleção…