A Fundação Casa Grande e os quadrinhos no interior do Ceará

 
De 22 a 27 de julho de 2013, estive na cidade de Nova Olinda (CE), na produção do evento que comemorou 10 anos do Onda Cidadã (programa do Itaú Cultural que mapeia coletivos, organizações sociais e mídia independente – incluindo coletivos de quadrinhos).
Fachada da Fundação Casa Grande

Esta edição comemorou 10 anos do programa e foi realizado em parceria e na sede da Fundação Casa Grande que, sob liderança de seu fundador Alemberg Quindins, tem como objetivo proporcionar formação social e cultural a crianças, jovens e seus familiares. Levamos para lá mais de 40 representantes de instituições mapeadas pelo Onda Cidadã – a cobertura pode ser conferida no blog do evento. Entre preparativos e fórum, tive uma semana totalmente inserido no ambiente da instituição.

Um dos focos de trabalho da fundação é com Histórias em Quadrinho –  tanto na criação e manutenção de uma gibiteca de acervo invejável (sob direção do garoto Filipe  Alves) quanto na produção de gibis por meio de editora própria. Também já organizaram uma mostra de quadrinhos e animação.


O fórum  teve em sua noite de abertura, 24 de julho, o lançamento da publicação do projeto Radiestória, uma revista com HQs com um CD de áudio encartado. 


E, paralelamente às discussões, levamos algumas oficinas de formação para a turma local. Por conta de uma demanda dos próprios garotos, um dos temas escolhidos foi HQ. O convidado a ministrar esta oficina foi o quadrinista João Marcos, autor de Mendelévio e de roteiros para os estúdios de Mauricio de Sousa (e a turma da fundação é vidrada na turminha da Mônica).

 
Oficina de HQ: Filipe observa João Marcos em ação
Além de ser um cara bacana e um grande professor pras crianças, João Marcos se mostrou um atleticano fanático (chegou em Nova Olinda bem na noite da final que levou o Atlético Mineiro ao título da Libertadores da América – acabei assistindo junto a parte final do jogo, já que acabamos hospedados na mesma pousada e ele acabou fazendo todo mundo torcer a favor do time dele, até a dona que não gostava de futebol :)).

Aliás, outra característica bacana do trabalho já realizado pela Casa Grande é a capacitação para que as mães dos garotos que participam dos projetos sejam encorajadas  a abrir pousadas domiciliares. Ou seja: que transformem ou construam quartos em suas próprias casas – dentro de um certo padrão – para se tornarem pousadas de uma rede de amigos da fundação – o que gera uma fonte de renda extra para as famílias. Uma peculiaridade é que todos os quartos trazem para seus hóspedes  gratuitamente – um acervo de gibis e filmes.


Parte do acervo da gibiteca fica disponível aos hóspedes das pousadas domiciliares


Confira outras fotos da ação na página do SaposVoadores no Facebook.

Pra conhecer mais sobre o trabalho da Fundação Casa Grande, não deixe de conferir o site e o blog oficiais, mais o blog da gibiteca. Se quiser se aventurar mais a conhecer pessoalmente, confira a Agência de Turismo Comunitário

 

 

 

Para saber mais sobre o mapeamento Onda Cidadã, visite o blog oficial. Se faz parte de um coletivo de HQ (ou outra organização de mídia independente) você pode fazer parte.  

 
Assista também à série de programas que ajudei a produzir para o Itaú Cultural (em 2011), que conta um pouco mais sobre o trabalho de Alemberg e seus garotos.






PS: Em relação à esta produção do fórum propriamente dita, agradeço e elogio especialmente o trabalho dos colegas Renan Fattori – que liderou o trabalho, mas acabou não indo ao Ceará – e Roberta Roque, além da trupe da fundação, em especial Aécio Diniz, Junior dos Santos (o homem do transporte e hospedagem em Nova Olinda), Helio Filho, Fabiana Barbosa e João Paulo Maropo, que nos receberam de braços abertos e muita disposição pra trabalhar, aprender e ensinar. Também agradeço a hospitalidade de Toinha, Fiama e Yasmin e a camaradagem do midiativista Allan Cancian, o homem técnico da oficina de blog que virou colega de pousada também.