O processo com a Batalha de Quadrinhos foi um pouco diferente das Quartas ao Cubo (programação do instituto na qual também atuei na concepção e produção executiva, como tratei neste outro post). Porque se tratava de uma nova versão para uma ação de 2014, criada por outra área como programação paralela para a Ocupação Laerte. Na ocasião, evento fechado num só dia.
(OBS: as fotos do post são do Ivson Miranda)
Mantivemos a ideia da competição ser feita com inscritos do público, mas a ação se tornou um campeonato com 2 dias de eliminatória (11 e 18 de abril). E culminando numa grande final, durante a programação mensal de rua do instituto, Se Essa Rua Fosse Nossa (dia 26 no mesmo mês). Mantida também a ideia de agrupar sempre em duelos, com temas sorteados na hora e tempo limitado pra desenhar (apenas 2 min).
Entendemos que seria necessário um elo de ligação entre os três dias e definimos que ele seria o apresentador do evento. Pensamos que deveria ser um artista da nova geração, com habilidade de falar bem em público (não é fácil não) e trabalho relacionado à tiras (pensando no senso de timing semelhante ao explorado na competição). Sorte nossa que ele topou de primeira: o apresentador convidado não poderia ser outro se não Fábio Coala, homem e mente por trás do Mentirinhas.
Ele nunca tinha feito nada do gênero, então foi também sua estreia como apresentador, ou MC (mestre de cerimônias), como apelidamos. Ele se animou tanto que fez até uma ilustração exclusiva pro evento, que acabou se tornando a imagem geral chamando para as ações de Abril em Quadrinhos!
Pra grande final, como seria uma ação diferenciada, na rua, resolvemos dar uma incrementada no evento: além da final dos competidores do público, promovemos um duelo/demonstração com dois artistas. Os escolhidos foram o Gus Morais e o Leandro Robles, também com trabalho bacana com tiras e nas redes.
No primeiro dia de classificação, tudo novo, mas com duelos cheios de emoção!
Os participantes e o público aos poucos foram assimilando as regras e tudo correu bem. A cada duelo, Coala escolhia 5 pessoas da plateia para darem notas aos competidores e o vencedor de cada duelo era determinado por pontos. Todas as rodadas eliminatórias, exceto a última, com os 2 classificados pra final competindo pelo título do dia e uma premiação distinta.
Quando os duelos terminavam em empate fizemos rodadas adicionais com menos tempo pra desenho. A mais longa disputa do dia foi a semifinal com Nanci Ferro e Kris Barz: foram dois empates antes da definição. Nanci ganhou a vaga pra final e ainda foi a primeira colocada do dia, ao vencer Márcio Melo. De todo modo, ambos felizes por terem se classificado para a grande final… (Neste dia ainda tivemos a presença do Leandro Robles, que prestigiou a competição).
No segundo dia de classificação, a final do dia foi entre Gustavo Valvasori e Magno Faria. O primeiro levou a melhor, mas ambos estavam classificados para a grande final, no final de semana seguinte!
Nos dias que antecederam a final, a produção teve que resolver uma questão: por motivos profissionais, Magno não poderia comparecer na final e abriu mão da vaga. Levantamos o histórico da competição para determinar o critério para o substituto: Kris Barz, por ter sido o que somou mais pontos entre os outros competidores.
Para a grande final, o formato proposto era diferente. Duelos entre todos os competidores, não eliminatórios (ou seja, podia haver empate). Campeão e vice seriam determinados pelo número de vitórias e maior número de pontos. A produção anotou as pontuações rodada a rodada, mas deixou um suspense no ar após os seis duelos… (tá, a pontuação era aberta, mas não saberia dizer se mais alguém do público se animou a ir fazendo a somatória, então o suspense valeu :))
Porque a contagem dos pontos aconteceria durante o duelo/demonstração com os artistas Robles e Gus. Eles protagonizaram cinco divertidos duelos, também com a produção fazendo suspense quanto ao vencedor…
Era chegada a hora da premiação. A disputa com os competidores do público foi apertada. Campeão e vice tiveram duas vitórias cada. O confronto direto havia sido empate. A diferença foi a soma geral dos pontos: com uma diferença de meros seis pontos, Nanci Ferro foi a grande vencedora e Kris Barz foi o segundo colocado!
No caso dos artistas, pior ainda: foram três empates e cada um ganhou um duelo. O empate persistiu no número de pontos. A decisão foi para Coala que pensou, pensou e acabou declarando empate mesmo…
Como vencedora, Nanci ganhou um pacote de quadrinhos, com publicações tanto dos artistas participantes da Batalha, como dos convidados das Quartas ao Cubo. Além disso, ganhou o direito de estampar um desenho seu na capa da fanpage do instituto por uma semana. Kris levou um pacote com HQs dos três artistas da Batalha.
Os finalistas Gustavo Valvasori, Márcio Melo e o Magno Faria ganharam HQs do Coala, como prêmio de acordo com a posição na classificatória (no caso do último, entregue depois, uma vez que ele não pôde comparecer no dia).
Eu não podia ficar de fora da foto: da esquerda para a direita, Kris, Nanci, eu, Coala, Gustavo e Márcio
Após o evento, Gus Morais compartilhou este vídeo bacana que mostra um pouco do clima da Grande Final.
https://vimeo.com/127876234
Nanci Ferro, a grande campeã, é revisora de textos que desenha por hobby. Ela nos contou um pouquinho mais sobre si e sua participação:
Sempre adorei quadrinhos, mangá e animação, e comecei a querer desenhar assim que fui capaz de segurar um lápis: cheguei a cursar Artes Plásticas na universidade, mas não me formei. Trabalho com revisão de textos há vinte anos e ainda desenho por puro hobby.
Fiz um breve estágio de desenhista e tive um emprego de ilustradora por pouco tempo, o que me ajudou a ampliar minha limitada visão de mundo a respeito do fazer artístico e de seus percalços.
Não tenho obras publicadas, mas mantenho uma página de Tumblr (fan art), que surgiu timidamente em uma época em que eu estava dividida em vários afazeres e precisava descarregar a tensão nas poucas horas vagas e, também, exercitar o inglês. Desenhar, para mim, também é uma terapia.
Fiquei sabendo da Batalha de Quadrinhos um dia antes do evento, quando passava em frente ao Itaú Cultural. Eu me informei mais um pouco sobre o evento no site e vi que já haviam organizado uma no ano passado. Na hora fiquei me perguntando se iria mesmo participar. Mas, depois de ter conhecido todo o processo no próprio site, achei que seria um desafio divertido, principalmente porque deveria pensar rápido.
Como sou tímida, fiquei bastante nervosa no palco, mas ao mesmo tempo entusiasmada, porque pude conhecer tantos outros que gostam de desenhar e têm diversos estilos.
- Leia também sobre a outra programação do Abril em Quadrinhos: as palestras desenhadas Quartas ao Cubo, com Lourenço Mutarelli, Fábio Moon, Gabriel Bá,Luís Felipe Garrocho e André Diniz, com mediação de Ricardo Tayra.
PS: valeu Roque por segurar as pontas na segunda classificatória!
Comentários
3 respostas para “Como foi a 2ª edição da Batalha de Quadrinhos, no Itaú Cultural”
Mais uma vez, muito obrigada a todos pelo apoio e entusiasmo! Foi um prazer!
Mil desculpas, Ricardo, por só ter visto a página agora. Não aparecia nas buscas, por incrível que pareça.
Abraços,
Nanci
Oi Nanci, que legal que curtiu e ainda lembra com carinho anos depois! abs
Foi inesquecível! 🙂 Abraços!