Encontrando Eduardo Risso

Eduardo Risso autografando meu exemplar de 100 Balas n° 1


Não é todo dia que podemos encontrar nossos ídolos. Por isso contei os dias até a chegada do evento de HQs na Fnac, em São Paulo, onde poderia conhecer o desenhista argentino Eduardo Risso.
Virei fã dele por conta da arte para a série 100 Balas, inicialmente publicada aqui pela Opera Graphica e que começou a sair em especiais via Pixel recentemente (com uma tiragem muito maior). É uma aula de narrativa para desenhistas, com ação e interpretação em cada quadrinho.


Falando um “espanhês” pausado, não precisou de tradução simultânea no bate-papo que participou,“Quadrinhos & Literatura”, que contou ainda com a presença dos escritores e roteiristas de HQ brasileiros André Vianco (da série de livros e HQs de vampiro iniciada com Os Sete) e Rosana Rios (que também já se destacou por iserir especiais de RPG em livros didáticos). A mediação foi da escritora Martha Argel (Relações de Sangue). A conversa foi bem bacana, com Risso destoando dos outros não apenas por ser estrangeiro, mas pelo fato de ser um desenhista que se coloca à distância da criação de roteiro, ponto forte do trabalho dos demais. Os três convidados tiveram sua vez e contribuíram pro assunto andar, mas o tempo foi curto, aproximadamente uma hora de bate-papo. Daí, emendou-se a sessão de autógrafos do desenhista…

Da esquerda pra direita:
Marta Argel, Eduardo Risso, Rosana Rios e André Vianco.

Risso mostrou simpatia e atenção aos fãs. Colocado numa mesa com folhas de sulfite e apetrechos de desenho (lápis, canetas), começou a atender pacientemente cada fã. A fila que se formou não era lá muito grande (sei lá, umas 30 pessoas, talvez?), porém a produção local permitiu que a coisa desandasse: o artista pacientemente autografava todas as revistas e livros dos fãs, trocava uma ou duas palavras, posava pra fotos e fazia pelo menos um desenho (lápis e arte final). Até aí tudo bem, ele estava no papel dele, sendo atencioso. Caberia à produção atentar para o fato de alguns fãs extrapolarem e trazerem trocentos exemplares para serem autografados, outros alugarem muito o sujeito pra papear (e ele educadamente tentava se desvencilhar dos malas), além do que cada desenho demorava muuuito pra ser feito e a Fnac tinha horário pra fechar !

Resultado: eu, que estava na metade da fila, saí de lá com quase uma hora e meia de espera. Mais do que o tempo do bate-papo bacana que rolou antes. Pouco antes da minha vez algumas pessoas da organização começaram a alertar Risso que a Fnac teria que fechar. Meio tarde pra isso, não? Ele já tinha gasto tempo enorme com os primeiros da fila e não poderia dar a atenção igual aos demais que esperavam. Logo que meu desenho ficou pronto, às 22h, resolveram expulsar educadamente de vez todos do local: Risso prometeu que atenderia os demais lá fora (sabe-se lá onde, já que a loja toda fechava e o tempo estava meio ruim, eu é que não fiquei pra ver, depois da longa espera…). Ficou um constrangimento desnecessário e a sensação de que não fomos atendidos igualmente, pra sorte de quem entrou na fila primeiro. Não seria complicado evitar esses problemas. Poderiam ter tido a iniciativa de limitar a 1 ou 2 os originais a serem autografados. Poderiam ter avisado antes o Risso do tempo que ele tinha, assim talvez optasse por fazer desenhos menores pra todos. Eram atitudes a serem tomadas pela organização, de modo a preservar o artista.


Bom, uma parte do trecho bom da noite vcs podem conferir também nas fotos abaixo e no vídeo editado do Risso fazendo meu desenho. Ah, quase ia esquecendo: no corredor que dá acesso ao pequeno auditório de eventos da Fnac Pinheiros foi inaugurada também uma exposição em homenagem aos 10 anos dos 10 Pãezinhos. Bacana, bacana.




Eduardo Risso fazendo o desenho que vc vê logo abaixo

Taí o desenho que ele fez: a Dizzy, personagem de 100 Balas

Parte da exposição dos 10 Pãezinhos

Eu e o Risso