Para quem está começando neste universo, ou simplesmente tem alguma dificuldade com a terminologia relacionada a HQs, um miniglossário com definições básicas de nomenclatura nesta área.
Histórias em Quadrinho
Também conhecida pela sigla HQ ou apenas Quadrinhos. Ou ainda, chamada Nona Arte. Todos são termos que remetem àquela forma de arte que se vale de imagens organizadas para contar uma história. Imagens tais que podem incluir textos (letras não deixam de ser representações iconográficas, não é mesmo?). Basicamente, todos os outros se encaixam neste.
Em português de Portugal, leva o nome de Banda Desenhada (ou BD). Para os norte-americanos são os Comics. No Japão, Mangá. Na Itália, Fumetti. E por aí vai. Nas diversas localidades podem atender a características peculiares, mas ainda são diversos nomes para a mesma forma de expressão artística.
Vale lembrar ainda que, no Brasil, as revistas em quadrinhos também são conhecidas como gibi (por conta de uma das publicações pioneiras no país, batizada Gibi) e revistinha (por conta do formato pequeno que foi padrão durante bom tempo por aqui – diferenciação que ainda hoje é encontrada em boa parte dos quadrinhos da Turma da Mônica, por exemplo).
Para uma definição mais formal, podemos partir da classificação dos quadrinhos como uma Arte Sequencial, termo difundido pelo cartunista norte -americano Will Eisner, apenas um dos gênios na área. A definição foi expandido pelo também quadrinista Scott McCloud em seu livro teórico Desvendando os Quadrinhos para: “Imagens pictóricas e outras justapostas em sequência deliberada destinadas a transmitir informações e/ou a produzir uma resposta no espectador”.
Importante ainda destacar que as histórias podem ser contadas com quantos quadrinhos forem necessários. Mesmo um só (e as histórias de uma página não têm nomenclatura específica, embora as de meia página ainda sejam normalmente chamadas classificadas como tira, como se vê na definição mais abaixo). Sendo assim, se agrupam também sob o nome HQ a charge, o cartum e a tira embora cada uma tenha sua peculiaridade.
Isso significa que os exemplos abaixo correspondentes a estas subcategorias (cartum, charge e tira) não deixam de ser quadrinhos, embora possam também sofrer classificação específica. Já os exemplos que ilustram este item se referem a subcategorias não batizadas, sendo identificados normalmente apenas por seu tamanho: HQ de uma página ou longa.
Exemplos: clique nas imagens para ler as histórias inteiras.
#EuVejoHQs, de Ricardo Tayra – HQ de uma página.
Sem Violência, de Cadu Simões (roteiro) e Will (arte) – História longa com os personagens Homem-Grilo e Sideralman
Compre os livros teóricos:
Desvendando os Quadrinhos, de Scott McCloud
Quadrinhos e Arte Sequencial, de Will Eisner
Cartum
Um cartum apresenta uma piada que não é situada no tempo, nem se refere a um personagem específico (embora possa representar uma classe de personagens, como ricos, casados, etc ). Ou seja, um humor mais universal e perene. Normalmente se apresenta em um quadrinho apenas.
Sexo Frágil – Um cartum do Ryot, com uma piada sem prazo de validade.
Charge
A charge também normalmente apresenta uma piada num só quadrinho. Porém, é situada num tempo/espaço específicos, muitas vezes uma leitura crítica de notícias e personalidades atuais. A charge política, muitas vezes incluindo caricaturas de personalidades deste universo, é talvez o tipo mais popular.
Rei Lion-O – É preciso conhecer tanto os Thundercats como o Rei Leão (da Disney) para perceber o sentido completo da piada visual nesta charge do Fábio Coala .
Tira
A tira, ou tirinha, é um tipo de quadrinho que se popularizou nos jornais periódicos, que destinavam às histórias apenas uma “tira” de espaço. O formato mais popular é uma sequência horizontal de uma linha apenas, de um a quatro quadros. Mas há também a possibilidade de ter mais linhas, como as contidas em páginas dominicais em formato meio tablóide, ou ainda linhas alinhadas de modo vertical.
Embora o humor seja bem comum, já não é obrigatório neste caso, qualquer gênero de história é permitido. Como no caso de tiras clássicas de aventura, de personagens como Tarzan e Flash Gordon, muitas delas seriadas.
Uma das inúmeras tiras do site Mentirinhas, também do Fábio Coala. –
Caricatura
É um estilo de desenho, uma representação exagerada de uma pessoa, levando em conta suas características físicas e comportamentais. Se refere a um tipo de ilustração e não um tipo de HQ. As mais populares são caricaturas de personalidades, mas também se aplica a um tipo (por exemplo, uma representação caricatural de um policial genérico). Pode funcionar tanto como uma ilustração independente, como integrar uma HQ (como um personagem caricaturado).
Samuel Rosa, em caricatura de Batistão
Leia posts sobre como fazer quadrinhos.