O álbum mais legal que já tive era amarelado e com linhas paralelas por todas as folhas.
Desde criança arriscava meus traços por aí. Mas nunca fui de rascunhar muito não. Até o dia em que tive uma idéia genial (ou foi minha irmã mais velha que teve, não lembro bem): criaria meu próprio álbum de figurinhas.
Nossa pilha de rascunhos de casa tinham também folhas de cadernos não usados completamente. Sabe-se lá por quê havia um monte de páginas pautadas e totalmente amarelas. Grampeando um tanto delas, estava quase pronto meu álbum. Finalizei criando uma capa e desenhando quadrados diversos (o espaço onde seriam colocadas figurinhas), todos devidamente numerados.
Cortei umas outras folhas no formato dos quadradinhos. Peguei a primeira e desenhei o herói. No outro, o primeiro coadjuvante. Em outro, o segundo. Depois, o veículo do herói. E o maior vilão. E o primeiro capanga. E o segundo. E por aí foi. Escrevi um número atrás de cada um dos quadradinhos e estavam prontas as minhas figurinhas!
Manipulei um pouco o bolinho. Trocava de lugar, embaralhando tudo. Eu mesmo tinha feito!
Agora era a hora: uma a uma, fui despejando cola atrás e colando em seu devido quadradinho. Em poucos minutos meu álbum estava completo.
Foi muito bacana. Uma vitória! Mas tinha perdido todo um domingo nesta brincadeira.
Dias depois, veio a idéia mais prática: desenhei direto dentro dos quadradinhos na página. Da outra vez, já fiz os personagens em pose, lado a lado, em linha, mas sem o desenho das figurinhas. E a partir daí, sempre desenhava nos rascunhos os personagens enfileirados em seqüência. E assim começou a carreira das minhas criações, mesmo antes de terem suas HQs propriamente ditas.