No mês de abril, tive a oportunidade incrível de produzir dois eventos bacanas sobre Histórias em Quadrinhos para o Itaú Cultural: as Quartas ao Cubo e a Batalha de Quadrinhos. Anteriormente divulguei as ações aqui, agora vou contar um pouco do processo e como foi que efetivamente a coisa rolou.
QUARTAS AO CUBO
Começamos a pensar neste evento ainda em 2014, ao tratar da programação para este ano. Primeiro veio a ideia do formato, de não ser uma palestra convencional e sim uma “palestra desenhada”, na qual os artistas não apenas falariam sobre as possibilidades das HQs , como desenhariam também durante a conversa.
A ideia era usar este formato diferenciado (ainda que não inédito) para estimular também uma discussão de alto nível em termos de conteúdo. Uma programação fechada, com palestras semanais em quatro quartas-feiras (dia da semana que tínhamos pré-reservado).
Quando a ação foi aprovada, espaços definidos, afinamos os temas e convidados. Além da ideia básica de tratar sempre das possibilidades para o futuro dos quadrinhos, cada dia daria foco a alguma particularidade dos processos de produção dos artistas. No caso de Lourenço Mutarelli, suas criações para diversas mídias. No dos gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon, sua habilidade em dar visibilidade a pequenas histórias do cotidiano. Com Luís Felipe Garrocho, as questões que devem ser levantadas e contempladas na criação voltada ao público infantil. E finalizamos com André Diniz, falando sobre as implicações relacionadas ao meio digital.
Muitas conversas com os artistas e a área de Produção do instituto, para acertar as necessidades de cada dia. Porque, além da atividade ser nova para a instituição, cada palestra tinha sua particularidade. Por conta de preferência do artista (quanto à fala ou ao material), ou características de seu modo de produção, ou do espaço, enfim, todos aqueles pequenos detalhes que fazem diferença no resultado final, embora nem sempre sejam perceptíveis pelo público.
Conforme a pré-produção foi caminhando bem, decidimos que seria colocada em prática uma ideia que estava na proposta original: eu seria também o mediador, pra fazer as perguntas da plateia (enviadas por escrito), levantar outras questões, controlar o tempo e ajudar a manter o ritmo. Viria a ser também minha estreia na mediação, mas estava confiante, considerando o assunto, os convidados e todo o processo de criação do evento.
Tudo correu muitíssimo bem!
Lourenço Mutarelli estava em noite inspirada e compartilhou com generosidade (e muito humor) detalhes do seu processo, além de ter desenhado um painel que ficou lindo! Os irmãos Bá e Moon trouxeram sua visão particular sobre os itens que constituem suas histórias – e resolveram, na hora, que a história produzida durante a palestra (que ficou incompleta) seria finalizada como uma tira para a sua série semanal Quase Nada. Luís Felipe Garrocho fez o público pensar em cada detalhe do roteiro para o público infantil e demonstrou a importância da construção da narrativa visual. André Diniz mostrou que o digital veio para ficar e somar (e trabalhou a palestra com desenhos feitos com mesa digitalizadora), além de focar na importância de se ter uma boa história (no caso dele, baseadas em experiências muito pessoais).
Um pouco do que foram as palestras você pode ver nas fotos. O evento foi registrado em vídeo, que será editado em breve e posteriormente disponibilizado online pelo instituto.
Assista também trechos dos três primeiros dias de evento:
E leia o que aprendi sobre quadrinhos (e a vida) com Lourenço Mutarelli.